domingo, 16 de maio de 2010

O Monstro...


Entraste sem pedir licença
E sem dar pela tua presença
Possuíste-me de forma leviana
Aproveitaste-te do meu cansaço
E sem pudor ou embaraço
Confrontas-me com força insana

Ai! Saúde que te perdi…
Ainda ontem estavas aqui
E como eu te agradecia
Hoje não te sinto por perto
E com a alma a descoberto
Abraça-me a melancolia

Quem és tu? Que me maltratas
E me vais condenando a mente
Quem és tu? Que me consomes
E insistes em estar presente

Apoderam-se rasgos de dor
Neste calvário tortuoso
Luto com todas as forças
Mas o caminho é escabroso…

Ai! Saúde que te perdi…
Quantas rosas, contigo colhi
E hoje só encontro os espinhos
Restam-me as sementes da esperança
Onde deposito toda a confiança
E vou traçando, novos caminhos…

Ai! Saúde que te perdi…
Não sei o que este monstro faz aqui
E porque não pára de me corroer?
Se é a morte, que me anuncia
Essa, será certa um dia…
Mas não, quando ele entender…

"Homenagem a todos aqueles, que estão a passar ou já passaram por este pesadelo."


terça-feira, 4 de maio de 2010

Não! Mais não digo...

Não! Mais não digo…
Nem que me forcem a falar
De vida só conheço perigo
Insensatez e mau estar

Não! Não me obriguem…
A levantar a voz ou gritar
Já senti na pele a vertigem
P’la cobardia de quem me fez falar

Delineei o meu próprio caminho
Em estradas rugosas de linho
E é assim que vou continuar
Tropeçando em cada obstáculo
Em cada queda o meu oráculo
Mas não me deixarei manipular

Não! Mais não digo…
Espalhei rosas na minha viagem
Se não souberem desviar os espinhos
Então chamem-me, tenham coragem!

Não! Não me obriguem…
Que eu não vou parar ou recuar
E as penas que encontrar na viagem
Só me darão força para avançar…

Não! Mais não digo…