quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Maldita noite...


Como o areal de uma praia deserta
Sou o silêncio da hora incerta
E o beijo que outrora te fez sorrir
Sou a onda que já vem cansada
E que se deita sem se sentir amada
Numa noite que não tarda em cair

Sou a frente da tempestade que se avizinha
Escondida em cada entrelinha
Muralha que o mar quer rebentar
Sou o ser que encorpa a noite fria
Que vive em perfeita agonia
Aguardando quem nunca há-de chegar

Oh! Maldita noite que por mim ainda esperas
Mata-me como fizeste às primaveras
Que sorriam ao meu amanhecer
Partirei abraçada á saudade
Levo comigo o amargo que me invade
P´ras penas q’uinda hei-de colher.