sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Aguas caladas...


Aguas caladas
Impróprias para regar sonhos
Vidas manchadas
Por intempéries de mares medonhos

Luvas calçadas
Por quem as mãos não quer sujar
Vozes silenciadas
Por quem não se permite a escutar

Abram-me a porta!
Deixem-me entrar
Oiçam o meu grito
O meu suplicar

Não quero ter medo
Quero alcançar
Um pouco de paz para me abrigar

Abram-me a porta
Sem fazer alarde
Resgatem-me agora
Que depois será tarde.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Pétalas de água...


Pétalas de água,
Passeiam elegantemente p’lo teu rosto
Viajantes de viva saudade pesarosa
Instalam-se, como se ocupassem um posto

Deixa-me ungir-te em felicidade
Mostrar-te que o sol ainda pode brilhar
Mesmo que persista a saudade
Poderás um dia, paz encontrar

Quantos ventos por ti passaram
Quantas angústias te maltrataram
Nem tu as sabes contar
Pétalas de água te visitaram
P’lo teu rosto passearam
Em manifesta cegueira de amar

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Quero cavalgar a noite inteira...

Quero cavalgar a noite inteira
Por entre os vales do nosso amor
Ser na paixão, mulher primeira
Fundir-me no trote do teu calor

Quero sentir do amor o cheiro
Ao galopar em forte abraço
Fazer de ti o meu braseiro
E saciar-me sem fracasso

Rios de rosas se abrirão
Ao ver passar o nosso amor
Num cavalgar quente de paixão
Voamos nas asas de um condor

Quero cavalgar a noite inteira
Levar-te comigo ao firmamento
Beijar em paixão verdadeira
O teu corpo viril e sedento.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Despes-me...


Despes-me das vestes que não trago
Em minh’alma a noite já vai longa
Sou o doce onde buscas o afago
Nos beijos que o amor não prolonga

Carícias que buscam o suco mel
Lábios de assédio cor romã
Em meu corpo o convite sente o fel
Do amargo que é visita da manhã

Levas o melhor que há em mim
Despes-me da realidade da vida
Tatuas os lençóis de cetim
Com o sangue da raiva escondida

Despes-me das vestes que não trago
Na noite que teima em ser triste
No meu coração semeias o estrago
Do louco que em ti existe.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Maria...





Maria, tão pura e tão cândida
Tão mãe e tão sofrida
Maria, berço do fruto
Que deu vida à vida

Maria, como eu que te imploro
Em meu desespero
Junto de ti eu choro
E como eu te venero

Maria, mulher
Maria, Santa
Maria, amor
Riqueza tanta.
Tão pura e tão cândida
Tão mãe e tão sofrida
Maria, tu és dor
Maria, tu és vida.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Sou tua...



Haja o que houver
Caminharei sempre contigo
Digas o que disseres
Estarei sempre a teu lado
Faças o que fizeres
Serei sempre tua!
És tu, o meu grande amor
O meu porto de abrigo
És o meu presente
És o meu passado
No amor és quente
Somos pecado!
És o sol que me aquece
E eu a lua que te resplandece
Haja o que houver…
Caminharei sempre contigo!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Esta cor que Deus me deu...



Esta cor que Deus me deu
Que trás sangue igual ao teu
E sentimentos como os demais
Alvo de tanta descriminação
De tantos séculos de perseguição
Dos espertos anormais

Porque odeias a minha raça?
Porque me vês como desgraça?
Se eu na tua casa entrar
Como tu eu sinto dor
Fui criado com muito amor
Por quem caprichaste no mal tratar

Tenho tanta pena de ti
Mas a educação que recebi
Não me trás cólera ao coração
Como tu, sou filho de Deus
E se um dia subir aos Céus
Intercederei pela tua absolvição.