quarta-feira, 18 de maio de 2011

O meu perdão...


Tantas e tantas vezes que te amei
Em rios de lágrimas naufraguei
Na sede de te querer
Tantas cartas enviadas
Tantas partidas, tantas chegadas
Para no fim te perder…

Que é dos beijos que te dei?
E do amor que te ensinei
Enquanto a noite dormia
Será que estavas ausente?
Como quem está mas não sente
Na cama em que o meu amor fervia

O meu sorriso foi levado p’las águas
Juntamente com a dor das mágoas
Para o sepulcro da decepção
Enterrei com ele a nossa história
Mas não irei gritar vitória
Porque de negro se vestiu o meu coração

Ah! Quanta dor sofrida e calada
Por tantos silêncios maltratada
Abraçada à ilusão
Beijei e não fui beijada
Amei e não fui amada
Mas é teu o meu perdão.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Asas sem dono...


Oh! Ave morta, apunhalada
Que caíste em terra nunca antes beijada
Junto á margem que te deu de beber
Nos céus deixas-te silhuetas aleatórias
Retratos de batalhas perdidas e de glórias
Das primaveras do teu entardecer

Guardei as tuas penas mais formosas
Num cofre de pétalas de rosas
E sepultei-as nos jardins da minha alma
Com elas escrevi as tuas memórias
Num cântico de lágrimas inglórias
E deitei-as sobre as notas da clave calma

Ah! Se eu te pudesse acordar
Desse teu nobre e negro sono
Seria a plenitude do teu voar
E a vida das asas que morreram sem dono.

domingo, 8 de maio de 2011

No meu poema...


Bebe de mim a palavra mais ousada
O cheiro de terra molhada
E toda a dor que aprendi
Sente a raiva e o amor
O meu poema ou uma simples flor
Porque de tudo também já senti

Deixo uma estrada inacabada
Talvez…nem nunca começada
Com atalhos por percorrer
O peso da minha bagagem
E a minha forte coragem
Caminharão comigo até a morte me vencer

Oh! Inspiração que me acompanhas
Ensina-me a decifrar as artimanhas
Do poema que não percebi
Soletra-me ao ouvido em ventania
A força com que escrevi um dia
Sobre a vida de quem não conheci

Por ora, desfolho a minha alma
Espelho serenidade e calma
Nas chagas que a vida me premiou
No meu poema sou tanta gente
Em cada verso um ser diferente
Mas é assim que à poesia me dou.