terça-feira, 29 de setembro de 2009

A "Bolacha Piedade"


Há muitos anos atrás…
Mesmo antes de Setúbal ser elevada a Cidade
Nascera no seio de uma família
A apetitosa “Bolacha Piedade”

Era em alguidares de barro
Habilidosamente amassada
Pela força de braços estendida
Entre uma e outra fornada

Vendia de rua em rua
O miúdo do tabuleiro
Ainda não era avistado
Mas já lhe sentiam o cheiro

Estaladiça e tão perfumada
Lá se dava a conhecer
Mais tarde foi divulgada
Por uma grande, grande Mulher

Maria Piedade
Uma mulher sem vaidade
Mas com razões para o ser
Fez desta Bolacha a sua bandeira
Dedicou-lhe a vida inteira
E deu-lhe as asas para crescer

Lindo o desfile de cestos
A caminho da Avenida
Corre para a feira de Santiago
A sua menina querida

P´la Cidade foi distinguida
E p’lo D. Duarte elogiada 
Viaja além fronteiras
Esta delicia tão cobiçada

E hoje a tradição é mantida
Em todos os eventos da Cidade
È o segredo de uma vida
A nossa “Bolacha Piedade”.
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(Homenagem á  "Bolacha Piedade". Uma tradição Setubalense com grande procura. O  segredo...esse, está muito bem guardado pela minha famíla desde 1855. 
Á minha avó materna Maria Piedade,  agradecemos o facto de ter dado continuidade a esta tradição, que já faz parte da história da nossa Cidade.)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Às vezes...

Às vezes…
Sinto-me só no meio da multidão
Sou carne sedenta de amor e paixão
Sou raiva 
Sou paz 
Sou alegria
Sou vida 
Sou dádiva
Sou fantasia

Às vezes…
Sou o animo que não encontro em mim
Sou a fortaleza e o festim
Da vida de quem desespera
Sou luz ou talvez a miragem
Sou o encontro com a coragem
E o ser quem alguém sempre espera

Às vezes…
Apetece-me desistir
Perco a vontade de sorrir
E sinto medo de falhar
Mas enfrento a minha própria cobardia
Desprendo-me das amarras da fobia
E continuo a caminhar

Às vezes…
Choro o que não quero
Oiço o que não espero
Fracasso mas persisto
Paro para pensar
Volto a sonhar
Resisto, insisto e não desisto.