quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Chamem-me louca...

Sou quem fui mas já não sou
A mulher que o vento levou
Sou o resto que de mim ficou…

Vivo em constante procura
Da minha essência, alegria e doçura
Mas há quem lhe chame loucura…

Chamem-me louca…
Que não me importo
Podem rir-se que eu suporto
Critiquem-me que eu aguento
Mas... não ousem tocar-me que eu rebento…

Mantenho a criança que trago em mim
E não sois vós que a vão matar…
Seres impuros que vivem para frustrar
Serei eu o ser mais forte
Pois na ultima tacada deixar-vos-ei sem norte

Parem enquanto é tempo…
Afastem-se porque chegou o momento!
A minha ira é dura e fria
Não olho a meios…
Nem temo qualquer tipo de feitiçaria…

Sou de paz e não de guerra
Vivo de sonhos…mas com os pés na terra
Amo a minha família e amigos
Protejo-os de angústias e quaisquer perigos

As minhas asas acolhem o sofrimento
De quem mais precisa no momento
Mas não aceito hipocrisia
Nem aproximações de velhacaria

Por mais que me queiram destruir
Com a força de Deus irei resistir
Por mais que me queiram matar
Irei sempre ressuscitar

Por mais que me queiram tirar do caminho
Terei sempre à mão o pergaminho
Por mais que me tentem ignorar…
Guardo provas para publicar...

Nesse dia encarnarei de novo em mim
Serei eu mesma e farei um festim
Recuperarei a alegria que outrora perdi
E de novo serei a Mulher que ao mundo sorri…

Paula Martins
06/02/2012


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Nas trevas...

Ah! Universo onde me perco
Universo onde só a noite impera
Onde os sonhos se desarmam nas trevas
Na dor somática que me desespera

A noite ataca-me de assalto
E a insegurança está sempre à espreita
Envolve-me de medo e angústia
Enquanto um mar de lágrimas comigo se deita

Como uma ave perdida…
Que se afastou do bando
Necessito estar sozinha
E em pensamentos vou voando

Não sei qual o meu fim
Só sei das muitas tentações
Mas vou lutando todos os dias
Gerindo estas minhas aflições

Sou hoje o oposto de mim
O meu sorriso pereceu
Não controlo os meus estados de alma
Nem sei o que me aconteceu

Sou o cartaz da tristeza
O brilho da alegria que se apagou
Sinto-me estrela cadente
Do negrume que em mim se instalou

Ah! Como eu queria ser quem era
E sair gloriosa desta batalha
Ultrapassar os meus medos e anseios
P’ra me despedir desta minha mortalha...