sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Foi ontem...



Foi ontem,
Foi ontem que fomos felizes
Da vida a dois, aprendizes
No amor a comunhão
As descobertas que fizemos
As palavras que dissemos
Guardo-as hoje no meu coração

Foi ontem que te amei
E o teu corpo apertei
Junto ao meu peito com ternura
Na sede daquele beijo
Tão perdido de desejo
Que só uma paixão procura

Foi ontem, que partiste
E a minha alma ficou triste
Em perpétuo anoitecer
As estrelas não mais brilharam
Todas as aves se calaram
Pela dor de te perder

Hoje, visito-te nos meus sonhos
Beijo os teus olhos risonhos
E peço-te para ficar
Dizes que não chegou a hora
E pedes-me para ir embora
Até a minha missão acabar.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Mãe sem Natal...


És tu, um ser triste desencantado
De rosto pálido, imaculado
Onde a alegria já não habita
Trazes a noite escura retratada
Na alma de mulher desgastada
A quem o amor não visita

Filhos que tiveste, onde estão?
Apenas e só a recordação
Dos sacrifícios que fizeste por prazer
Horas a fio sem dormir
A mão que estendeste a pedir
O pão para lhes dar de comer

És tu, um ser triste desencantado
Que vives a historia de um fado
Num tom de nota letal
Foste tu, mãe doce e dedicada
Hoje, carente e maltratada
Nesta fria noite de Natal.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Oceano de poesia...



Sou filha de um oceano por inventar
Onde a beleza dos versos são o mar
E as palavras o vento que me conduz
Sou barco que navega à luz da lua
Faço das rimas a minha própria rua
Na onda de um poema que me seduz

Fui eu, que um dia naufraguei
Em versos que escrevi e não gostei
E que hoje os tento recuperar
Fui eu que me tornei intemporal
E escrevo neste imenso areal
Palavras que alimentam este mar

Sou filha de um oceano por inventar
Nascida nas correntes deste mar
Onde as mensagens flutuam dentro de mim
Ofereço poesia no meu cais
Meu barco é de sentimentos originais
Ancorado neste oceano que nasce em mim.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Beija-me!


Beija-me,
Beija-me fugazmente
Beija-me num gemido quente
Num beijo que me alimente a alma
Beija-me por tudo e por nada
Quero ser a mais amada
No fim da tarde calma

Beija-me por dentro e por fora
Beija-me a toda a hora
Que o meu coração agradece
Beija-me num beijo molhado
Aquele beijo de pecado
Onde amor se aquece

Beija-me,
Beija-me mais uma vez
Beija-me na embriaguês
Dos beijos que nunca me deste
Beija-me como se fosse verdade
Deixa-me sentir a saudade
Dos beijos que nunca quiseste.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

A escada da minha vida...


Vou subindo lentamente
Cada degrau é um presente
Que receio abrir
Tento firmar-me a cada passo
Consciente do que faço
Sem saber o que está para vir

Trago comigo a saudade
Dos tempos da mocidade
E daquilo que me marcou
São momentos que recordo
Que vêm comigo abordo
Deste degrau onde estou

Vou subindo lentamente
Olhando os degraus de frente
E assim, vou sarando feridas
Pedaços de mim, eu perdi
De dor já muito sofri
Em horas nunca esquecidas

Partilho os ensinamentos
E com eles bons sentimentos
Ao longo desta subida
São fragmentos de mim que ofereço
E que servem de adereço
À escada da minha vida.