Dá-me de beber! Oh
Florbela
Embriaga-me na poesia
mais bela
Para que eu te possa
cantar
Tanto de ti e de ti
nada
Mulher poema, mulher desgraçada
Nos trilhos do
versejar
Tantas dores te
assolaram a vida
Mulher amada mulher
sofrida
Nos silêncios da
desventura
Ensina-me a amar a
saudade
A colher as rosas da
inverdade
P’ra matar os
espinhos dessa tortura
Florbela, Florbela…
Lágrima esquecida inócua
donzela
Coração que teimou em
amar, amar, amar
Dessa teimosia foste
escrava
Na poesia rosa brava
Como quem colhe sem
semear…
Paula Martins