sábado, 30 de outubro de 2010

Choro as palavras...

Choro as palavras que escrevo
E as entrelinhas do que não digo
Sou o que devo e o que não devo
E bebo lágrimas como castigo

Sou pedra da calçada já cansada
Numa rua onde já ninguém passa
Sou o grito, sou pedra desventrada
P’lo desejo que lá morava e agora escassa

Sou o tão desejado cais de outrora
Mas que agora não te segura a corrente
Sou o fogo que te incendiou naquela hora
Labareda que fizeste estrela cadente

Sou a dor que dilacera a toda a hora
Sou a carne possuída sem pudor
Sou mulher que tem alma e que chora
Que dá seiva… tão só e só por amor…

Choro as palavras que escrevo
E as entrelinhas do que não digo….


sábado, 16 de outubro de 2010

Perdida...


Perdida…
Perdida de mim
Perdida de ti
Perdida da vida…
Simplesmente perdida…

Perdida no espaço
Não sei o que faço
Não sei onde estou
Nem para onde vou
Perdida…
Perdida…

Assim, vou continuar…
Enquanto o teu amor por mim não chamar
Enquanto não te sentir completamente meu
Estarei perdida olhando o céu…

Perdida no mundo
Num sufoco profundo
Perdida…
Simplesmente perdida…
Abraçada à solidão…
Sem apreço nem compaixão
Sigo a rota da minha vida…
Simplesmente perdida…

É este o meu mundo…
Tem sido esta a minha vida…
Sempre atenta ao que me rodeia
Mas perdida…
Simplesmente perdida…

sábado, 2 de outubro de 2010

Fado malandro...


Ponho este ar de malandro
Sempre que canto um fado
Vejo o brilhar dos teus olhos
E sinto-me por ti beijado

Canto porque amo o fado
Mas canto-o só para ti
És a diva, o meu pecado
E o amor que eu aprendi

O meu fado abraça todas as vielas
Vidas singelas, vidas singelas
E à noite tem o brilho das estrelas
Canto com elas, canto com elas
O meu fado trás o sol á noite escura
E amargura e amargura
E às vezes faz noite o seu dia
Na alegria, na alegria

Ponho este ar de malandro
Sempre que canto um fado
Fecho os olhos e penso
No querer ter-te a meu lado

Canto porque amo o fado
E porque te amo a ti
Imagino-te a meu lado 
Desde o dia em que te perdi.