quarta-feira, 11 de maio de 2011

Asas sem dono...


Oh! Ave morta, apunhalada
Que caíste em terra nunca antes beijada
Junto á margem que te deu de beber
Nos céus deixas-te silhuetas aleatórias
Retratos de batalhas perdidas e de glórias
Das primaveras do teu entardecer

Guardei as tuas penas mais formosas
Num cofre de pétalas de rosas
E sepultei-as nos jardins da minha alma
Com elas escrevi as tuas memórias
Num cântico de lágrimas inglórias
E deitei-as sobre as notas da clave calma

Ah! Se eu te pudesse acordar
Desse teu nobre e negro sono
Seria a plenitude do teu voar
E a vida das asas que morreram sem dono.

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