Corta-me os pulsos
delicadamente
Porque quem ama dor
não sente
E de cansaço a noite
já vai perdida
São gritos da alma da
gente
Que imploram a chama
ardente
A quem o outono lhes
ceifou a vida
Lava-me o rosto com
água cristalina
E os pulsos com o
orvalho da matina
Onde borboletas
brancas possam pousar
Serei ave de um
qualquer jardim
Alfazema, rosa ou
jasmim
Onde me possam ouvir
p’ra me encontrar
Renascerei do poema
nunca lido
Aquele que foi
escrito e esquecido
Nunca antes interpretado
Cantarei a vida aos
quatro ventos
Sem lamúrias nem
lamentos
Ao amor que antes de
ser presente já era passado.
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