Fui entrando
lentamente
Como quem não sente
Nem quer sentir
Num ambiente pesado
Sentou-se a lágrima
ao meu lado
E num abraço apertado
Pediu-me para não a deixar
partir
Ali nada fazia
sentido
E naquele ensejo
tamanho pedido?
Eu já nem me conhecia…
Entrou a sorte que não
me falou
Acompanhada do
sorriso que me ignorou
Vestido de morte
também se sentou
E eu ali na minha
agonia…
Mas quem é ela? Quem
não deixo partir?
Se eu só entrei por
não saber sorrir
Ninguém me respondia…
Quem és tu? Oh
desgraçada
Que estás pr’aí
deitada
E em negrume açoitada
Neste sítio que não
tem luz do dia
A lágrima mais uma
vez me abraçou
E ao meu ouvido
segredou:
Este sítio que não
tem luz do dia
É o velório da tua
alegria…
Paula Martins
18/05/2016
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