quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Toca-me...


Toca-me como se eu fosse um instrumento
Faz desse toque um acontecimento
E escuta em meu corpo a melodia
Sussurra-me ao ouvido palavras quentes
Que incendeiem de novo as nossas mentes
Tresloucadas de desejo e fantasia

Acorda-me os sentidos do prazer
Deixa-te com a música entontecer
Nos lençóis os acordes deste bailado
Embriaga-te de ousadia e satisfação
Beija-me com o mel dessa paixão
Entre nós fazer amor não é passado

Toca-me em notas altas sem parar
Serei como as cordas da guitarra a vibrar
Abraçada por ti no tanto querer
Faz-me sentir aquela amante
Que o sexo só por si não é bastante
Se o amor não estiver a acontecer.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Onde moras tu? Oh Sorte...


Onde moras tu? Oh sorte
Que me deixas-te num rumo sem norte
Nesta noite de desespero

Trás até mim a esperança
Faz comigo a aliança
Que eu por ti ainda espero

Onde moras tu? Oh sorte
Necessito do teu braço forte
Para adversidades ultrapassar

Envia-me o brilho da alegria
Aquela que foi minha um dia
E que eu não consigo encontrar

Onde moras tu? Oh sorte
Diz-me o que faço com a morte
Que hoje me veio visitar

Convidou-me a sair com ela
Quis que embarcasse em sua caravela
Antes do dia acordar…

Onde moras tu? Oh sorte…
Que eu fui levada pela morte
E onde estou agora, não sei

Eu só queria a tua morada
Nela estava esperançada…
Mas contigo não me encontrei.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Vem! Poesia...

Vem, e trás a poesia
Veste-a de verde esperança
Envolve-a em alegria
E sorrisos de criança

Vem e trá-la para a rua
Para que te possam ouvir
Recita-a à luz da lua
E será meu, o teu sentir

Sacia a fome do povo
Envia poesia p’lo vento
No alimento, um poema novo
E esquecido, vai o lamento

Vem, e trás a poesia
Esse alimento de vida
Mesmo que te cales um dia
Ela nunca será esquecida.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Pintar os sonhos...


Pintas sonhos numa tela
E no coração abres a janela
Que oculta a solidão
Cobres a dor com cor garrida
Pintas de alegria a vida
Numa paleta de sedução

Faz-me sombreados no contorno
Que me sirvam de adorno
Em nuances do por do sol
Esbate a luz que me dá cor
Numa inspiração de amor
Eu serei o teu farol

Pinta-me! Como se eu fosse ela
Num cavalete a tua tela
Á luz da fantasia
Quero ser o teu traço mais delicado
O nunca antes desenhado
E assina-me de tua autoria.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Almas gémeas...


Longe de ti
E tão perto do mar
Num oceano
Por encontrar
Na mesma terra
No mesmo lugar
No horizonte, a vaguear

Ao arco-íris retiras-te a cor
Para colorir o nosso amor

Sou alma gémea
Á tua espera
Vestida de flores
Da primavera

No areal
Da praia deserta
Deitada nas conchas
Há hora incerta

Espero por ti
Á luz da lua
No assédio das ondas
A minha alma é tua.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Noites de verão


Chegamos da praia já cansados
Com os corpos bronzeados
Mas prontinhos para a festa
Belas noites de Verão
No calor da atracção
Da noitada que nos resta

Vamos á Feira de S.Tiago
Matar a sede num trago
E comer umas filhós
A seguir ver a Tourada
Pois a noite está estrelada
Um convite p’ra todos nós

São as noites de Verão
São as noites de Verão
A luz da nossa Cidade
Setúbal linda, linda bela
Setúbal linda, linda bela
Por ti me orgulho em vaidade

Vem a festa da Sardinha
E da fresca Cervejinha
A Avenida é um regalo…
Ouvir cantar os “Alcorrazes”
Imparáveis os rapazes
Com um reportório de estalo

O Setembro já bate à porta
E o povo não se “corta”
Ás Festas do “El Sadino”
São noites bem animadas
Poesias declamadas
Como manda o “figurino”

São as noites de Verão
São as noites de Verão
A luz da nossa Cidade
Setúbal linda, linda bela
Setúbal linda, linda bela
Por ti me orgulho em vaidade.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Fado Novo...


Trazes o fado no peito
Nas vestes, a noite escura
Nas cordas um tom perfeito
Cheio de raça e bravura

É o xaile o teu altar
A ele te entregas por inteiro
Por ti já viram chorar
Esse teu amor primeiro

Soluça a guitarra enternecida
Pela voz tão destemida
Em verdadeira comunhão
A viola que a acompanha
Conhece toda a artimanha
Desse teu ar gingão

Nasceste para o fado
E com ele hás-de viver
Foi por Deus abençoado
E ninguém te poderá suster

Trazes o fado no peito
E com ele a voz do povo
É sentimento de respeito
Este Fado, fado novo.

Quero...

Quero beber do teu cálice
As palavras que tu não dizes
E que eu gostaria de ouvir

Quero ler em teus olhos
O poema que não escreveste
E dize-lo a sorrir

Quero gritar bem alto
Dizer que te amo
Com a força de um menir

Quero sentir o calor
De um beijo fervoroso
E em teu corpo imergir

Quero ser a tua deusa
Prender-te no Olimpo
Para que não voltes a fugir

Quero dar-te a certeza
Que por muitas vidas que passem
O meu amor há-de luzir.