domingo, 1 de novembro de 2009

Informação...

A todos os amigos e seguidores deste blog,  peço desculpa pela minha ausência de postagens e comentários...isto porque estou a viver um momento maravilhoso na minha vida...

A grande responsável por esta ausência chama-se Maria Alice, a minha Neta que nasceu na quarta-feira dia 28 de Outubro, uma menina linda que me está a encantar como se eu estivesse a viver um conto de fadas.

Beijos para todos

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Almas apaixonadas...

Sinto o esmiuçar do desejo
Neste ensejo que chega com a aurora
Na entrega a um caloroso beijo
Os nossos corpos enlaçam-se sem demora

Há uma chama que não se deixa apagar
E ilumina as sombras projectadas
Nas paredes que testemunham o arfar
Destas almas loucamente apaixonadas

Faz do meu corpo a tua estrada
Que eu em desvario irei contigo
Num prazer recíproco serei a fada
Que se perde nos braços do porto de abrigo.


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Abandono...


Sai de mim e leva o teu abandono
Que hoje já não me tiras o sono
Como outrora já o fizeste
O amor já não exala no nosso quarto
De beijos e carícias ficaste farto
E as promessas de amor, já as esqueceste

Quero acordar pela manhã
Sorrir numa alegria sã
Sem me sentir estigmatizada
Serei eu uma mulher por inteiro
Nas margens deste ribeiro
Em que um dia a água foi maltratada

Ah! Agora vou ser mais eu!
Desligar-me-ei de tudo o que é teu
Para que nada me reste do passado
Leva contigo a violência
Junto com a tua demência
Porque eu não vou cantar mais esse fado

E se um dia vires passar na rua
Aquela que já foi tua
Com os filhos que não quiseste
Lembra-te sempre meu querido
O quanto te foi pedido
Aquando o amor que tu não me deste.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

A "Bolacha Piedade"


Há muitos anos atrás…
Mesmo antes de Setúbal ser elevada a Cidade
Nascera no seio de uma família
A apetitosa “Bolacha Piedade”

Era em alguidares de barro
Habilidosamente amassada
Pela força de braços estendida
Entre uma e outra fornada

Vendia de rua em rua
O miúdo do tabuleiro
Ainda não era avistado
Mas já lhe sentiam o cheiro

Estaladiça e tão perfumada
Lá se dava a conhecer
Mais tarde foi divulgada
Por uma grande, grande Mulher

Maria Piedade
Uma mulher sem vaidade
Mas com razões para o ser
Fez desta Bolacha a sua bandeira
Dedicou-lhe a vida inteira
E deu-lhe as asas para crescer

Lindo o desfile de cestos
A caminho da Avenida
Corre para a feira de Santiago
A sua menina querida

P´la Cidade foi distinguida
E p’lo D. Duarte elogiada 
Viaja além fronteiras
Esta delicia tão cobiçada

E hoje a tradição é mantida
Em todos os eventos da Cidade
È o segredo de uma vida
A nossa “Bolacha Piedade”.
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(Homenagem á  "Bolacha Piedade". Uma tradição Setubalense com grande procura. O  segredo...esse, está muito bem guardado pela minha famíla desde 1855. 
Á minha avó materna Maria Piedade,  agradecemos o facto de ter dado continuidade a esta tradição, que já faz parte da história da nossa Cidade.)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Às vezes...

Às vezes…
Sinto-me só no meio da multidão
Sou carne sedenta de amor e paixão
Sou raiva 
Sou paz 
Sou alegria
Sou vida 
Sou dádiva
Sou fantasia

Às vezes…
Sou o animo que não encontro em mim
Sou a fortaleza e o festim
Da vida de quem desespera
Sou luz ou talvez a miragem
Sou o encontro com a coragem
E o ser quem alguém sempre espera

Às vezes…
Apetece-me desistir
Perco a vontade de sorrir
E sinto medo de falhar
Mas enfrento a minha própria cobardia
Desprendo-me das amarras da fobia
E continuo a caminhar

Às vezes…
Choro o que não quero
Oiço o que não espero
Fracasso mas persisto
Paro para pensar
Volto a sonhar
Resisto, insisto e não desisto.



sábado, 29 de agosto de 2009

Terra de mim...



Oh terra de mim
Que te embalas em braços de mar
Oh gente nascida das tuas entranhas
Que teima p’ra sempre em te amar

Oh Serra de verde manto
Perfume de toda a Cidade
Lêem-se lamúrias de dor
Nesse desventre sem dó nem piedade

Ai quanta inspiração de poetas
Neste berço de Luísa Todi que te cantou
És o grande orgulho de quem te ama
E palco dos estragos de quem nunca te amou.




quinta-feira, 30 de abril de 2009

Meu Sado...

És um espelho prateado
Quando a lua te irradia
O teu perfume doce e alado
Dança no vento em alegria

Abraças quem te visita
E mostras a tua riqueza
E só quem te vê acredita
Que beijas a natureza

Meu Sado, meu Sado
Manto azulado
Pedaços de Mar
Hino á alegria
Seja noite ou seja dia
Eu irei sempre te amar

Meu Sado, meu Sado
Pelo sol coroado
Meu rio da sorte
Em tudo és diferente
Até a tua corrente
Vai do Sul para Norte

Ofereces a brisa á cidade
Mal acorda um novo dia
E frutos da melhor qualidade
Com sabores a maresia

Na bela praia de Tróia
Tens o altar da Protectora
Meu Sado tu és a jóia
Do Rosário da Nossa Senhora.



quinta-feira, 23 de abril de 2009


Este é o cartaz do Musical "Por dez Réis". Esta peça esteve em cena em Setúbal e foi um sucesso.


Foi um grande desafio que o meu Amigo Portugal da Silveira (autor da peça) me fez, para que eu escrevesse grande parte das letras. 


Este Musical foi inspirado na história de uma Operária da indústria Conserveira (Mariana Torres), que foi assassinada em 1911 em Setúbal, por ter movido homens e mulheres da sua classe contra as forças da opressão, em prol de um aumento de Dez Réis de salário. Esta mulher durante muitos anos foi esquecida e apagada da história. 


Há alguns meses atrás, publiquei um poema de Homenagem á Mariana Torres e hoje anexo o cartaz da peça. 


Agora que já conhecem a história, deixo-vos novamente com o poema para uma melhor compreensão.

Mariana…


Mariana…A operária conserveira
Que da fome foi companheira
Mas lutou por um ideal
Ergueu a voz com convicção
Contra as forças da opressão
E a injustiça social

Mariana… Do passado e do presente
Do povo Setubalense
Ávido da sua história
Mulher achada, Mulher perdida
Assassinada em plena Avenida
Sem reconhecimento nem memória

Mariana…Amiga, camarada
Lutadora, maltratada
Por ilustres nomes da Cidade
Não tiveste nome de rua
A vala comum foi toda tua
Para que fosse esquecida a tua identidade

Mariana…Foste agora Homenageada
A tua história será divulgada
Com todo o respeito merecido
Corajosa, aventureira
És o rosto da mulher conserveira
E de um passado que jamais será esquecido.




quinta-feira, 9 de abril de 2009

A quimera...

Ouço o teu pranto em desalento
Em notas altas trazidas pelo vento
Que só o sangue sabe escutar
Sinto o teu grito nas entranhas
Com dores de mentiras tamanhas
De um falso enigma por decifrar

O teu sorriso há muito esquecido
Esboça um ar esmorecido
De quem já não sabe sonhar
És o caminho das lágrimas já cansadas
Que morrem ao longo dessas estradas
Que a tua mente quer olvidar

Voa em busca da verdade
Sente no vento a liberdade
E vive a primavera que te espera
Abre a porta da esperança
Quebra o pesadelo da má lembrança
E a tua vida será uma quimera.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Musical "Por dez réis"

Este é o cartaz do musical, para o qual escrevi uma boa parte das letras. Foi um trabalho enriquecedor e muito gratificante.

Esta peça, faz o relato de um acontecimento verídico, que se deu em Setúbal em 1911, onde se apresenta a história de "Mariana Torres", uma operária da industria conserveira, que moveu homens e mulheres da sua classe, contra as forças da opressão, pedindo um aumento de 10 Réis no salário.

Com base nesta história, fiz há uns meses atrás um poema que se encontra no blog e que volto a publica-lo para uma melhor compreensão.

Mariana...

Mariana…A operária conserveira
Que da fome foi companheira
Mas lutou por um ideal
Ergueu a voz com convicção
Contra as forças da opressão
E a injustiça social

Mariana… Do passado e do presente
Do povo Setubalense
Ávido da sua história
Mulher achada, Mulher perdida
Assassinada em plena Avenida
Sem reconhecimento nem memória

Mariana…Amiga, camarada
Lutadora, maltratada
Por ilustres nomes da Cidade
Não tiveste nome de rua
A vala comum foi toda tua
Para que fosse esquecida a tua identidade

Mariana…Foste agora Homenageada
A tua história será divulgada
Com todo o respeito merecido
Corajosa, aventureira
És o rosto da mulher conserveira
E de um passado que jamais será esquecido.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Amanheceu...


Amanheceu, o medo que era teu agora é meu
A paisagem que era verde pereceu
E o pássaro que cantava emudeceu

A criança que se fazia não nasceu
O barco que navegava desapareceu
E o sol que brilhava escureceu

Amanheceu, o dia em que o mundo escondeu
Os ventres que a fome derreteu
Numa luta que um povo perdeu.


quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Amor perfumado...

Faz-me acordar pela manhã
Quando o sol tiver nascido em ti
Saboreia no meu peito a hortelã
E refresca o teu corpo no amor que repeti

Prova em devaneio o saboroso mel
Nas palavras perdidas no teu leito
No chão ainda vibra cada decibel
De um prazer louco de tão perfeito

Bebo cada suspiro teu
Na hora em que o sol põe em mim
Sacias cada desejo meu
E perfumas-me de amor e jasmim.