Ainda o sol não rasgava
Já a doce Lucinda lutava
Naquela pedra gelada
Suas mãos desgastava
.
Era a roupa que esfregava
Juntamente com a dor
Pelos filhos trabalhava
Com afinco e muito amor
.
A sirene que se ouvia
Ao romper da alvorada
Chamava pela Lucinda
Que corria já cansada
.
A cavala já lá estava
E a Sardinha também
Nesta guerra a Lucinda
Era o pai e era a mãe
.
Já lá ia meia tarde
Das horas que não contava
Em casa as crianças esperavam
O pão que não chegava
.
Mas a Lucinda sabia
Que não era ali que o dia acabava
Pois mal da fabrica saía
Já alguém a chamava
.
Sem força chegava a casa
Depois de um dia com tantos trilhos
No saco pouco pão levava
Mas inventava alegria para dar aos filhos.
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